11/12/2006

Complains

Júlia estava numa daquelas marés baixas. Andava reclamando de tudo. Desde o trabalho, amigos e ainda sobre seus relacionamentos, que nunca davam certo. Falta de dinheiro e a falta de educação das pessoas na rua também eram assuntos freqüentes em sua pauta de conversas. Sem contar que vivia em um lugar que odiava.

- Odeio essa cidade!

Havia mais de uma semana que ela estava de cara feia. Mais feia que o habitual. Cansada de reclamar e não ser ouvida, ver suas lamentações servirem de chacota para outras pessoas e ainda perceber que nada mudava em sua vida, ela toma uma decisão drástica: resolve se matar.

- Merda de pessoas e de lugar! Cara, nada aqui dá certo. Nada vai pra frente. Minha vida está uma merda. Você acredita que hoje de manhã um cara passou de carro e ficou buzinando de manhã, bem no meu ouvido! E ainda me cantaram na rua! Como eu odeio esse povo atrasado. Odeio odeio!

Escolheu uma ponte na qual poderia se jogar. Era tão alta que com certeza não sobreviveria à queda. E a correnteza do rio se encarregaria de levar o seu corpo para longe, o que era perfeito. Ela não queria correr o risco de ser enterrada em um lugar que odiava tanto.

Preparou-se. Inclinada sobre a beira da ponte. Olhou ao seu redor. Todo o metal que compunha a ponte, estava enferrujado. Um laranja meio sinistro. Além da ferrugem, a imundície compunha também outro ponto a ser observado. Ela já estava se sujando só de estar encostada ali. Na água, um sofá boiava e galhos eram levados pela correnteza. O marrom da água atiçava ainda mais a imaginação.

- Merda! Eu é que não vou ficar aqui, me jogar nessa imundície e nesse atraso de vida! Droga! Nem pra isso esse lugar presta! E ainda esse povo atrasado já está todo me olhando! Que é? Que vocês estão olhando? Porra!

E saiu vociferando seu desprezo, enquanto as pessoas achavam aquilo muito engraçado.

5 comentários:

Nina Maria disse...

É, Julia só não entregou o corpo dela devolta à natureza... Mas pode avisar que morta ela já está.
Porém, ela ainda tem salvação. Não em sua próxima reencarnação... Mas nessa vida mesmo.
Basta renascer como uma fênix, quem sabe da chuva, de uma melodia, poesia ou de um beijo gostoso!
Falando claramente, Julia tá é necessitada, meu filho!
hahahahaha
Beijos, João.

Anônimo disse...

Olha, o seu blog é muito bom. Adorei os textos. São de uam criatividade surpreendente. Continue assim. Você vai longe! Tipo assim, Vitória, Sãoo Paulo, Minas...

Anônimo disse...

Ah sim, depois eu leio os textos. Mas, só a sua assinatura já vale. Afinal, você é uma foca e tanto!!

Bjs,

Danielle Brandão disse...

Sr.João,
Seu texto é bom, obvio que todo ser humano precisa de uma motivação para fazer algo, mas acredito que esta estejate fazendo muito bem.
hehehe

Mas ainda acho que falta um pouco mais de veracidade na Júlia. Sei lá, soou um pouco descrição-de-algo-que-aconteceu-no-dia e não um relato de alguém "desesperado" ou simplemente com "raiva".

Enfim, sou chatae vou continuar sento chata.Ah, e a respeito do seu comentário no meu blog.
pqp, hein...
hehhe

bjo seu chato, e felicidades pra você!

=o***

Danielle Brandão disse...

E Mariane nem deixacomentario p/ mim, isso é um absurdo!
=õ/