27/03/2008

Briga no telhado

Continuando com o clima de euforia que permanece em frente ao prédio da Justiça Federal, onde os sete detidos na Telhado de Vidro prestam depoimento, duas mulheres incorporaram o clima da revolta e chegaram às vias de fato.

Uma delas, seria a sobrinha de um dos detidos que estava sendo ouvido pelo juiz Fabrício Antônio Soares, da 1ª Vara Federal. A briga teria acontecido porque a namorada (isso mesmo, namorada), dela a teria tentado beijar em público, sendo repelida por tapas e puxões de cabelo. Após os golpes, a beijoqueira foi embora, enquanto a agressora, continuou circulando e conversando, simpaticamente, com as outras pessoas que estavam acompanhando os depoimentos.

Ditado do dia: "Em briga de lésbicas não há quebra pau"

Cuspe no telhado

Uma multidão se aglomerou agora há pouco em frente ao prédio da Justiça Federal para acompanhar a chegada dos sete presos pela operação Telhado de Vidro. A população recebeu os detidos com muitas vaias e xingamentos, enquanto acompanhava a caminhada dos sete. O primeiro a chegar foi o presidente da Cruz Vermelha, Ricardo Luiz de Paranhos Pimentel, que passou pelo portão às 13h 30. Os demais chegaram em um furgão da PF uma hora depois e também foram recebidos com o mesmo entusiasmo dos populares.

O ex-gerente de gabinete, Edílson Quintanilha, chegou a encarar a multidão que o ofendia por alguns segundos, antes de ser conduzido. O ex-procurador do município, Alex Campos, ao contrário de seu hábito anterior, estava com a barba por fazer, parecendo mais um lenhador canadense.

A emoção dos populares foi tão grande, que um deles chegou a cuspir em direção aos acusados. Apesar do 'tiro', não se sabe qual dos seis teria sido atingido pelo 'projétil'. A imprensa foi impedida de entrar no prédio onde acontecem os depoimentos.

20/03/2008

Homem de Preto, o que é que você faz?

Circula na cidade a conversa de que o avião negro da Polícia Federal deverá fazer mais uma visita à cidade na próxima semana. Mesmo que não sejam o BOPE, esses homens de preto estão causando temor aos vilões da cidade, ameaçando esquemas que garantem influência, poder e polpudas contas bancárias à divcersas pessoas. Segundo as coordenadas, o 'avião', ao invés de pousar no aeroporto Bartholomeu Lizandro, vai aterrisar na Avenida Alberto Torres, em frente à pracinha do Liceu.

14/03/2008

O homem das frases...

Tanto quanto as circunstâncias de sua ascensão, as frases proferidas pelo prefeito em exercício Roberto Henriques em seus discursos. O prefeito, que já está lembrando o lendário ex-presidente do Corínthians, Vicente Matheus, já soltou algumas pérolas em entrevistas, como estas:

"São Pedro não pode dar um espirro que Campos pega logo uma pneumonia"

"A prefeitura não pode ser transformada em um castelo inglês, cheio de fantasmas"

"Há hoje muitas empresas de sovaco. Que são aquelas em que os proprietários andam com uma pasta debaixo do braço e dizem que tem uma empresa"

Pelo o que vemos por aí, ainda teremos muito mais frases para nos divertir com o prefeito!

13/03/2008

Telhado de Vidro - Ódio e justiça

Ódio, vingança e alívio. Assim está o povo de Campos após a Operação Telhado de Vidro, que afastou o prefeito Alexandre Mocaiber e levou vários secretários presos. Além de pegar os "graúdos", a operação permitiu uma ação, que está sendo tomada pelo prefeito Roberto Henriques de lutar contra os funcionários fantasmas que encontram-se na prefeitura.

Essa nova limpeza será motivo ainda maior de felicidade para os funcionários. Por que? O cara que vai trabalhar na repartição pública, acorda cedo, rala o dia inteiro e ainda depois, no final do mês, ganha um salário minguado, sente raiva. Ele sente raiva porque, nas suas costas, existem vários funcionários fantasmas, que não colocam a bunda nas repartições, só aparecem na hora de receber e ainda ganham um salário bem maior do que aquele funcionário que trabalha como um condenado. O funcionário fantasma ganha nas costas daquele que realmente trabalha, e isso cria a raiva diária, que vira ódio.

Ódio por ver a situação e não poder fazer nada. Ódio por ser desvalorizado. Ódio por ver a injustiça. Ódio crescente e recorrente.

Agora, com essa iminência de, pelo menos, um início de reação, de limpeza, os funcionários, humildes, que trabalham, podem realmente comemorar. Seu ódio, sua vingança está sendo consumada. Mas ainda falta muito. Aos poucos, as coisas vão se acertando e o troco dos pequenos é dado.

O ódio só é extinto com o troco, que está sendo bem dado!

12/03/2008

Não tem preço

Da série Mastercard:

Verba Federal desviada pela fraude: R$ 240 milhões.

Dinheiro encontrado na casa do prefeito: R$ 20 mil.

Ver João Oliveira e Roberto Barbosa com cara de bunda na televisão: Não tem preço.

Tem coisas que o dinheiro não compra, para todas as outras existe o Ministério Público Federal!

10/03/2008

A morte do Capitão América



Eu só tinha ouvido falar, mas, finalmente, no último sábado, fui às bancas e comprei a revista Novos Vingadores n° 49, que traz a história da morte de ninguém mais, ninguém menos do que o Capitão América. Apesar de ser comum nos quadrinhos a morte e ressurreição de super-heróis o tempo todo, confesso que foi muito trágico ler a história e ver o desenho de Steve Rogers coberto por um saco plástico. Aquilo me emocionou como há algum tempo não acontecia nos quadrinhos ou em qualquer outra mídia. Enquanto lia a história, chegava a torcer para que ele se salvasse, mesmo sabendo que seu destino já estava selado.

Mesmo com sua morte nos quadrinhos, que foi o desfecho de uma boa saga (Guerra Civil), o Capitão não morreu realmente. Ainda que nos gibis ele não apareça por mais algum tempo (como diria um amigo meu, ninguém morre nos quadrinhos), o Capitão irá se manter vivo nas outras mídias, figurando sempre como um personagem símbolo da Marvel. Como muita pouca gente acompanha as histórias dos personagens como elas realmente são (através das HQ’s), essa morte não será tão impactante assim para o mundo como foi para mim e para muitos outros leitores dessa arte.

Vale a pena lembrar que não foi realmente a bala de Ossos Cruzados nem a de sua companheira da Shield que matou o América. Ele foi morto por George W. Bush, que graças à sua política de guerra, fez com que crescesse o receio dos americanos em manifestar o seu patriotismo, como Steve Rogers sempre fez. Durante muito tempo, os alemães também sentiram essa vergonha patriótica devido ao nazismo e só voltaram a ter o orgulho patriótico durante a Copa do Mundo de 2006. Ah, a queda nas vendas dos gibis também pagaram um preço da bala. Sempre que as vendagens estão baixas, lá vem os roteiristas desgraçarem a vida dos heróis, só para salvar a pátria.

É torcer para que as HQ’s, que já sobrevivem mal em épocas de internet e vídeo games, se recuperem. Ou não vai sobrar um herói pra contar a história.

Os frascos da Adega

Quem passava pela movimentada avenida, fosse de dia ou de noite, não poderia deixar de reparar no Alonzo. Com sua fachada imponente, cheia de luzes e com o nome escrito em grandes letras, o restaurante era um dos locais mais famosos da cidade. As notícias do sabor incomparável de sua comida, a habilidade dos chefs e a simpatia dos garçons, transmitidas sempre por aqueles que visitavam, era a grande propaganda do restaurante, que atraía centenas de pessoas todas as noites.

A variedade das pessoas que freqüentavam o restaurante também era digna de nota. Magnatas, estudantes, jogadores de futebol, feministas, casais de namorados e de casados há cinqüenta anos dividiam as mesas e o espaço como se fossem todos velhos conhecidos. O restaurante, que também funcionava como um bar para a happy hour, era uma grande área de encontros, onde as diferenças eram sanadas. O ambiente era sempre leve, sempre amigável, parecia que ali, a felicidade era completa.

Soraya e Lina estavam pela primeira vez no restaurante. Soraya havia brigado com o namorado e parecia que iria ficar triste para o resto da vida. A amiga a tentava consolar. Algo muito difícil de se conseguir. Elas tinham escolhido o Alonzo justamente devido à sua fama, Lina achou uma boa idéia testar a ‘felicidade’ do local. Fizeram o pedido. O garçom entrou na cozinha e passou para o chef, que olhou, coçou a cabeça e sentenciou: “Leve lá para baixo”.

O garçom desceu e foi até a adega do restaurante. Lá, estava um senhor de idade sentado diante de uma enorme prateleira de frascos. Ele, que olhava para a estante, pegando as garrafas, leu o pedido das meninas e disse: “Coração partido. Leve este”. Deu um dos frascos para o garçom e foi embora. Durante o cozimento do prato, o chef despejou a garrafa na panela, serviu e entregou ao garçom.

Depois de quatro garfadas e um gole de vinho, Soraya já nem se lembrava mais do namorado que a deixou. Lina lembrava histórias engraçadas e divertia-se contando e rindo. Algumas piadas surgiram ocasionalmente e atraíram mais um grupo de amigos para perto. O lugar todo parecia um grande organismo, completo e cheio de felicidade. Lá embaixo, diante da prateleira, o velho continuava concentrado. Apesar de toda felicidade acima de sua cabeça, ele continuava com a sua missão e as suas receitas. “Depressão. Hum, pesado. Leve um frasco e meio desse aqui”, entregando a garrafinha ao garçom.

05/03/2008

Uma ode à preguiça...

Muito se diz da pessoa preguiçosa. Aquele indivíduo que não quer trabalhar, não quer estudar e parece não se adaptar à correria do 'mundo moderno'. Essas pessoas são constantemente repreendidas pelos pais, professores, patrões e até mesmo pelos vizinhos. São lançados à fogueira como se fossem bruxas no século XVIII.

Mas a preguiça é um paradoxo que pode ser a solução para o mundo. Explico: No mundo de hoje, as pessoas são compelidas, empurradas, forçadas, diariamente a fazer coisas que não querem fazer. Neste mundo, somos OBRIGADOS a trabalhar para sobreviver, o que faz com que muitos trabalhem em empregos que não gostam e que não os realiza, nem como pessoas nem como profissionais.

Então o que acontece? Estresse, irritação, crimes, violência, desilusão, inversão de valores. O Ter superando o Ser. Guerra velada, vizinhos querendo se dizimar para subir na escala social. Guerras e outras coisas.

Caso essa lógica captalista não existisse e as pessoas pudessem exercer sua preguiça e dormir até a hora em que quisessem, fazer o que quisessem, como quisessem, tudo seria diferente. Até mesmo um lixeiro sentiria prazer no que faria, pois, ele faria aquilo porque ESCOLHEU fazer aquilo. Cada pessoa iria procurar fazer o que mais gostasse e todas as profissões seriam 'completadas' por pessoas interessadas nelas, fazendo com que cada trabalho fosse melhor realizado, pois seria realizado com gosto.

A preguiça também funciona como um freio, um alerta do nosso corpo que mostra que as coisas andam erradas, muito erradas.

Exercite sua preguiça!

PS: Postei essa pequena teoria no meio do trabalho. Foi muito mais interessante do que realizar minhas atividades diárias e obrigatórias.