09/03/2005

Desespero Materno

Elisabete olhou o livro e começou os preparativos, havia uma semana que ela estava com vontade de comer bolo de cenoura. Colocou todos os ingredientes na mesa e começou os preparativos. Dividiu habilmente as xícaras de açúcar, óleo e farinha. Porém, ao procurar o achocolatado, percebeu que o estoque da casa havia acabado. Gritou então por seu filho, Pedro, para que ele pudesse ir buscar o ingrediente que faltava. "Pedro!". Não ouviu resposta. "Pedro, vem cá" Nada. "Pedrooo, vem cá, você também não presta pra nada hein!".Novamente o silêncio. Já nervosa, ela se dirigiu ao quarto do garoto para repreendê-lo pessoalmente. Abriu a porta violentamente: "Pedro! Você não tá me ouvin..." E caiu de joelhos com o que viu. Lá, no chão, estava Pedro, caído, com o pescoço coberto de sangue e os pulsos também. Ele não se mexia, não respirava e não parecia que iria fazer nada disso nos próximos segundos. Elisabete estava em prantos e se arrastou até ele, o tomou nos braços e gritava em desespero, sem entender o que aconteceu. Quando, de repente, Pedro abriu um olho e deu um sorriso. Olhou para sua mãe e começou a rir. Elisabete ficou muda e se levantou. Ficou muda de cólera. Pedro ria e dizia: "Calma mãe, foi só uma brincadeira! Você precisava ver a sua cara!" Elisabete em silêncio pegou uma pedra que enfeitava a escrivaninha do quarto de seu filho e bateu com toda violência na cabeça, acertando-lhe na têmpora. Pedro caiu no chão como antes, mas dessa vez o sangue que escorria pelo chão era real. Elisabete olhou a cena de seu filho caindo em câmera lenta e assim que ele atingiu o chão, continuou a chorar exatamente do ponto aonde havia parado, como se tivesse apertado o botão de pause e correu para a sala. Pegou o telefone e discou para a emergência: "Alô, é da emergência, meu filho sofreu um acidente, manda alguém, depressaaaaa!!!"